sexta-feira, 17 de outubro de 2014

DE PERNAS PARA O AR

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Se olhar para uma bússola, sabe que uma das extremidades do ponteiro está virada para Norte. Porquê? Porque o campo magnético da Terra está assim orientado. O polo negativo está no Norte e o positivo no Sul. Então, a extremidade positiva da agulha magnetizada da bússola gira para Norte e a negativa inversamente. Foi sempre assim? Não: tempos houve em que o ponteiro positivo da sua bússola se virava para Sul.
O campo magnético da Terra varia em intervalos de milhares ou milhões de anos. A última vez que isso aconteceu foi há 780 mil anos. Pode parecer conversa de encher chouriços, mas o estudo da sedimentação de alguns materiais, que é condicionada pelo campo magnético, permite tirar conclusões bastante precisas sobre o fenómeno.
O campo magnético terrestre modifica-se porque é condicionado pelos movimentos de convecção do ferro no núcleo do planeta. Pode haver pequenas deslocações dos polos magnéticos e há, de facto. Mas, volta não volta, dá-lhes uma coisa e viram tudo de pernas para o ar. Estudos recentes mostram que o processo não leva muito tempo—menos de 100 anos, ou seja, o fenómeno pode ocorrer durante a vida de uma pessoa.
O campo magnético protege a Terra de raios cósmicos e de partículas energéticas solares. As suas modificações implicam alteração desse processo de protecção pelo que podem ocorrer mutações genéticas nos seres vivos, incluindo o homem, com aumento, por exemplo, de tumores malignos. Para não falar nas interferência que tem nos sistemas de orientação, navegação, comunicação, distribuição eléctrica, rebabá. Uma espiga magnética!
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